Biografia de João (evangelista)

Escreveu o mais profético dos livros das Sagradas Escrituras, o Apocalipse.

São João, escultura de DonatelloOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

São João Evangelista ou Apóstolo João, foi um dos doze apóstolos de Jesus e além do Evangelho segundo João, também escreveu as três epístolas de João (1, 2, e 3) e o livro do Apocalipse.

João seria o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos de idade à altura do seu chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão, consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago, e em provável sociedade com André e Pedro.

As heranças deixadas nos escritos de João, demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo nas suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita.

Relação com Jesus

Foi manifesta nos livros da Bíblia a admiração de João por Jesus. Jesus chamou-lhe o Filho do Trovão e posteriormente ele foi considerado o “Discípulo Amado”.

Segundo os registros do "Novo testamento", João foi o apóstolo que seguiu com Jesus, na noite em que foi preso e foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até à morte na cruz.

A História conta que João esteve presente, e ao alcance de Jesus, até a última hora , e foi-lhe entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Jesus. Na visão Protestante, a Bíblia indica que Jesus não era filho único de Maria Mt 12.46; Mt 13.55, porém seria o mais velho e por isso teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe após a morte de seu pai José.[1].

Já a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa sustentam que Cristo não tinha irmãos carnais pois no aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam irmãos eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes, porém devemos lembrar que Jesus falava aramaico, mas os evangelhos, foram escritos em grego por homens que andaram com Cristo inclusive o Apóstolo João, o que pode ter gerado esta confusão, no momento da tradução[2].

Mais tarde João esteve fortemente ligado a Pedro nas atividades iniciais do movimento cristão, tornando-se um dos principais sustentáculos da igreja de Jerusalém. Foi o principal apoio de Pedro, no Dia de Pentecostes. É tradição constante e ininterrupta que pregou na Ásia Menor, especialmente em Éfeso.

A Missão


Depois da morte e martírio de Tiago, o Justo (também conhecido como Irmão do Senhor), João teria se dirigido à Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada por Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado para a Ilha de Patmos, por um período de cerca de quatro anos, onde teria escrito o Apocalipse até que o cruel imperador Domiciano foi assassinado e o manso imperador Nerva chegasse ao poder em Roma.

O exílio

Em Patmos, ilha no leste do Mar Egeu, local onde fez o seu exílio, João escreveu o Livro da Revelação do Apocalipse. Acredita-se que este Livro da Revelação contém os fragmentos que sobreviveram de uma grande revelação, da qual se perderam grandes partes e outras partes foram retiradas, depois que João o escrevera. Apenas uma parte fragmentada foi preservada. Por outro lado, alguns teólogos e exegetas afirmam que o caráter fragmentário deste livro resulta de outros dois livros de Apocalipse que foram unidos, resultando no que conhecemos hoje, sendo que um deles já estaria escrito desde o tempo de Nero. João viajou muito, trabalhou incessantemente e, depois de tornar-se dirigente das igrejas da Ásia, estabeleceu-se em Éfeso. Orientou o seu colaborador, Natan, na redação do chamado “evangelho segundo João”, em Éfeso, aproximadamente no ano 90 D.C. .

A morte

De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos. Segundo bispo Polícrates de Éfeso em 190 (atestada por Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica, 5, 24), o Apóstolo "dormiu" (faleceu) em Éfeso. Contudo, conta-se que a mesma estava vazia quando foi aberta por Constantino para edificar-lhe uma igreja.

Segundo algumas interpretações João era o apóstolo que Jesus mais amava. Ele tinha um enorme afeto pelo Senhor e vice-versa.

Controvérsia


Controvérsias são suscitadas baseadas nos próprios textos bíblicos que afirmam que este discípulo não passou pela morte, segundo a interpretação de alguns. Com efeito é possível ler: Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu Reino. (Mateus 16,28)

De outra parte está também escrito nos Evangelhos: Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: "Senhor, quem é o traidor?" Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: "E quanto a este?" Respondeu-lhe Jesus: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me." Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, "Jesus não dissera que tal discípulo não morreria", mas: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?" (João 21,18-25)

Interpretações teológicas, contudo, resolvem essa dificuldade bíblica como Jesus afirmando que ele deveria permanecer vivo até a Revelação final do cânon bíblico, o Apocalipse. A partir daí, sua morte ocorrería naturalmente, no tempo devido.

Referências

1. ↑ Prof. Cristiano, Paulo - "Jesus teve irmãos?"

Ministério CACP - Centro Apologético Cristão de Pesquisas http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=132&menu=2&submenu=3
2. ↑ Meneses, Sérgio - "A virgindade de Maria e os irmãos de Jesus" MONTFORT Associação Cultural http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=doutrina&artigo=20050729180101 Online, 05/06/2008 às 10:27h

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