Zadig, ou O Destino - Voltaire

Depois de Cândido, é considerada uma das suas mais célebres obras, marcando o início do seu período sarcástico.


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Zadig, ou La Destinée (Zadig, ou O Destino) (1747) é uma famosa novela escrita pelo filósofo iluminista Voltaire. Ela conta a história de Zadig, um filosófo da antiga Babilônia. O autor não se atenta a qualquer rigor histórico, mas a alguns problemas disfarçados sob a história de Zadig, que servem como referências a determinados problemas sociais e políticos do próprio tempo de Voltaire.
O livro é de natureza filosófica, e apresenta a vida humana como se estivesse nas mãos de um destino fora do controle humano. É uma história de ortodoxia religiosa e metafísica, ambas das quais Voltaire desafiou com sua apresentação da revolução moral em curso do próprio Zadig. A hábil utilização de dispositivos de contradição e justaposição são mostradas na forma desse texto em prosa. Depois de Cândido, é considerada uma das suas mais célebres obras.


Personagens
  • Zadig - o protagonista principal, um filósofo babilônico
  • Sémire - o verdadeiro amor de Zadig
  • Orcan - rival de Zadig
  • Azora - o segundo amor de Zadig
  • Cador - confidente e amigo fiel do personagem principal
  • Moabdar - Rei da Babilônia
  • Astarté - Rainha da Babilônia, e a última pretendente de Zadig
  • Setoc - Comerciante que passa a ser senhor de Zadig, quando este se torna escravo.Acaba se tornando um bom amigo depois de libertar Zadig, devido à um favor prestado.
  • Almona – uma viúva
  • Arbogad – um salteador
  • Jesrad – anjo que se disfarça como ermitão
Concepção

Influências


O Oriente estava em moda desde a segunda metade do século XVII: Racine havia escrito Bajazet, Molière escreveu Burguês Gentil-Homem à moda turca, La Fontaine, em suas últimas fábulas, inspirou-se em apologias orientais.[1] Baseado nesse contexto histórico, Voltaire talvez tenha produzido Zadig.

Reunião

A Duquesa du Maine reunia poetas, escritores e mundanos em seus aposentos, onde promovia um jogo semelhante a uma loteria: dada as vinte e quatro letras dos alfabetos, cada participante teria que ver qual seria sua sorte.[2] Dessa forma, por exemplo, se a pessoa tirasse o C escreveria uma comédia; os que tirassem um O escreveriam uma ópera e assim por diante.[3] Voltaire, que frequentava essas reuniões, tivera que escrever romances. Os primeiros contos escritos por Voltaire para divertimento dessa sociedade perderam-se, exceto dois, acrescidos de Zadig.[4]

Significância literária, e crítica

Zadig é citado como o primeiro conto filosófico, gênero que Voltaire iniciou através de suas influências.[5]
O livro A Catalogue of Crime cita o personagem principal como "o primeiro detetive sistemático da literatura moderna", onde "a prioridade em si acrescenta à seus problemas na história até suas reais vindicações."[6]
Muito provavelmente Edgar Allan Poe inspirou-se em Zadig para criar o personagem C. Auguste Dupin em Os Assassinatos da Rua Morgue, conto que estabeleceu o moderno gênero do conto policial.[7]

Referências

* As referências com números em parênteses referem-se à suas respectivas páginas e, consecutivamente, as linhas em que aparecem. Assim, tomemos por exemplo os seguintes caracteres: Nome (55, 10). Onde Nome aparecerá o nome do tradutor ou do autor. Onde 55 será a página do item bibliográfico e, logo após, 10 será a linha dessa página onde está a referência.

1. ↑ Quintana (13, 17)
2. ↑ Quintana (13, 1)
3. ↑ Quintana (13, 3)
4. ↑ Quintana (13, 9)
5. ↑ Quintana (13, 24)
6. ↑ Barzun, Jacques and Taylor, Wendell Hertig. A Catalogue of Crime. New York: Harper & Row. 1971, revised and enlarged edition 1989. ISBN 0-06-015796-8
7. ↑ Silverman, Kenneth. Edgar A. Poe: Mournful and Never-ending Remembrance. New York: Harper Perennial, 1991: 171. ISBN 0060923318

Volume citado

* Arouet, François Marie (Voltaire). Contos: (Coleção Os Imortais da Literatura Mundial, nº40). (Trad. Mário Quintana; Editora: Abril, 1972, 1ª Edição) - A partir da página 11 se encontra o conto de Zadig, ou o Destino.

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