Elogio da Loucura - Erasmo de Roterdã

Uma das mais célebres obras filosóficas do Renascimento e das mais divertidas de todos os tempos, uma vez que seu autor resolveu escrevê-la de modo francamente satírico.

elogio da loucuraOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Elogio da Loucura, (em grego Morias Engomion (Μωρίας Εγκώμιον), latim Stultitiae Laus) é um ensaio escrito em 1509 por Erasmo de Roterdã e publicado em 1511. O Elogio da Loucura é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Protestante.
O livro começa com um aspecto satírico para depois tomar um aspecto mais sombrio, em uma série de orações, já que a loucura aprecia a auto-depreciação, e passa então a uma apreciação satírica dos abusos supersticiosos da doutrina católica e das práticas corruptas da Igreja Católica Romana. O ensaio termina com um testamento claro e por vezes emocionante dos ideais cristãos.
Características e influência

O ensaio é repleto de alusões clássicas, escritas no estilo típico dos humanistas do Renascimento. A Loucura se compara a um dos deuses, filha de Plutão e Frescura, educada pela Inebriação e Ignorância, cujos companheiros fiéis incluem Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anoia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto).

O Elogio da Loucura conheceu um enorme êxito popular, para surpresa de Erasmo e, também, para seu desgosto. O Papa Leão X achou a obra divertida. Antes da morte de Erasmo já havia sido traduzida para o francês e alemão. Uma edição de 1511 foi ilustrada com gravuras em madeira de Hans Holbein, que se tornaram as ilustrações da obra mais difundidas.

A obra influenciou a essência da retórica durante o século XVI, e a arte da adoxografia (o elogio de coisas sem valor) e se converteu em um exercício popular entre os estudantes isabelinos.[1]

Referências

1. ↑ Charles O. McDonald, The Rhetoric of Tragedy (Amherst, 1966).

Veja também: Reflexões sobre a Obra "Elogio da Loucura" de Erasmo de Rotterdam

A loucura na renascença: análise comparativa das obras de Erasmo e Bruegel, na perspectiva de Foucault

Às Avessas: A loucura racional de Shakespeare e Erasmo de Rotterdam

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