Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie

Um dos livros mais conhecidos de Agatha Christie. Um clássico do romance policial.

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Murder on the Orient Express (Assassinato no Expresso do Oriente, Brasil ou o Um Crime no Expresso do Oriente, Portugal) é um romance policial de Agatha Christie, publicado em 1934, protagonizado pelo detetive belga Hercule Poirot

Sinopse

Regressando de um importante caso na Síria, Hercule Poirot embarca no Expresso do Oriente em Istambul. O comboio está estranhamente cheio para aquela altura do ano, mas Poirot fica com um lugar assegurado pelo amigo Monsieur Bouc, director da Compagnie Internationale des Wagons-Lits, embora esse amigo não soubesse que o comboio se encontrava sem lugar para Poirot. Mas quando Mr. Harris não aparece, Poirot fica no seu lugar, para supresa do seu colega de quarto, Mr. MacQueen. Contudo, na segunda noite, Poirot consegue um quarto só para si.

Nessa noite, perto de Belgrade, a cerca de vinte e três minutos para a uma da manhã, Poirot acorda com um som estrondoso, parecendo ter vindo do compartimento ao lado do seu, ocupado por Mr. Ratchett. Quando Poirot espreita pela sua porta, vê o revisor bater à porta de Mr. Ratchett e a perguntar se ele está bem. O homem responde em francês: "Ce n'est rien. Je me suis trompé.", que quer dizer: "Não é nada. Cometi um erro.", e a seguir o revisor vai-se embora para atender a uma campainha. Poirot decide voltar para a cama, mas fica perturbado pelo facto de que o comboio está invulgarmente quieto e a sua boca está seca. Enquanto está deitado e acordado, ouve Mrs. Hubbard tocar urgentemente à campainha. Quando Poirot chama o revisor para lhe pedir água, o revisor diz-lhe que Mrs. Hubbard acha que alguém esteve no compartimento dela, e que o comboio parou devido a uma tempestade de neve. O revisor vai-se embora e Poirot tenta ir dormir outra vez, mas é acordado de novo pelo barulho de um baque na sua porta. Desta vez, Poirot levanta-se e olha para fora do compartimento, o corredor completamente silencioso, e não vê nada a não ser uma mulher, de costas, vestida com um quimono escalarte, a desaparecer ao fundo do corredor.

No dia seguinte, Hercule Poirot descobre que Mr. Ratchett está morto, tendo sido esfaqueado doze vezes enquanto dormia. Porém, as pistas e as circunstâncias são muito misteriosas, algumas das chagas são muito profundas e algumas são superficiais. Para além disso, algumas delas parecem ter sido feitas por uma pessoa que usa a mão esquerda e algumas por uma pessoa dextra.

Hercule Poirot encontra muitas outras pistas no compartimento da vítima e no comboio, incluindo um lenço com a inicial "H", um limpador de cachimbos, e um botão da farda de um revisor. Todas essas pistas sugerem que o assassino ou os assassinos foram um bocado descuidados. No entanto, cada pista aponta para suspeitos diferentes, o que sugere que algumas das pistas foram encenadas.

Ao reconstruir bocados de uma carta queimada, Poirot descobre que Mr. Ratchett era um fugitivo dos E.U.A muito conhecido chamado Cassetti. Cinco anos antes, Cassetti raptou uma criança americana de três anos de idade chamada Daisy Armstrong. Embora a família Armstrong tenha pago uma quantia considerável, Cassetti matou a pequena menina e fugiu do país com o dinheiro. A mãe de Daisy, Sonia Armstrong, estava grávida quando soube da morte de Daisy, e o choque dessa notícia levou-a a parto prematuro e Sonia e o bébé acabaram por morrer. O seu marido, o Coronel Armstrong, acabou por se suicidar e a empregada de Mrs. Armstrong, Suzanne, foi considerada suspeita pela Polícia, apesar de afirmar que estava inocente, acabando por se suicidar também, atirando-se de uma janela. Pouco tempo depois foi considerada inocente.

À medida que as provas se juntavam, continuavam a apontar em caminhos diferentes e parecia que Poirot estava a ser desafiado por uma mente deveras inteligente. Uma pista que continuava desaparecida - o quimono escalarte usado por uma mulher desconhecida - acabaria por aparecer na bagagem do próprio Poirot.

Hercule Poirot descobre, mais tarde, que todos os passageiros tiveram ligações com a família Armstrong:
  • MacQueen era o filho do advogado encarregue do caso Armstrong.
  • Masterman foi servente pessoal do Coronel Armstrong durante a guerra.
  • O Coronel Arbuthnot foi camarada e melhor amigo do Coronel Armstrong.
  • Mrs. Hubbard foi uma actriz conhecida pelo nome de Linda Arden e mãe de Sonia Armstrong.
  • A Condessa Andrenyi era irmã de Mrs. Armstrong.
  • A Princesa Dragomiroff foi madrinha de Sonia Armstrong.
  • Miss Debenham foi secretária de Mrs. Armstrong e educadora de Daisy.
  • Miss Schmidt foi a cozinheira da família.
  • Antonio Foscarelli era o motorista da família.
  • Miss Ohlsson foi enfermeira de Daisy.
  • Piérre Michel era o pai da criada, Suzanne.
  • Hardman era um polícia que estava apaixonado por Suzanne.
Depois de meditar sobre as evidências, Poirot reúne os doze suspeitos, mais Monsieur Bouc e o Doutor Constantine na carruagem-restaurante. Ele explica que existem duas explicações possíveis para o assassinato de Ratchett.

A primeira explicação é que um estranho - um gangster inimigo de Ratchett - embarcou no comboio em Vinkovci, a última paragem, assassinou Ratchett e escapou sem ninguém dar por isso. O crime ocorreu uma hora mais cedo do que toda a gente pensava, porque a vítima e outros mais não se lembraram que o comboio tinha entrado numa zona com fuso horário diferente. Os outros barulhos ouvidos por Poirot na carruagem naquela noite não estavam relacionados com o assassínio. Todavia, o Dr. Constantine diz que Poirot deve prestar atenção de que esta explicação não explica totalmente todas as circunstâncias do caso.

A segunda explicação é muito mais sensacional. Todos os suspeitos são culpados. A primeira suspeição de Poirot foi tomada pelo facto de que estas pessoas serem todas de diferentes nacionalidades europeias. Poirot diz que isto raramente ocorre nos Estados Unidos da América, a "mistura de culturas" onde um escocês pode ser familiarizado com um italiano e um alemão, todos de diferentes classes sociais. Não havia outro sítio onde o assassínio poderia ter acontecido, dadas as evidências. Poirot revela que os os passageiros foram todos relacionados, empregados, amigos da família Armstrong, ou tinham ligações com o crime. Foram todos gravemente afectados pelo assassínio de Daisy e pelas consequências do crime. Quiseram fazer justiça pelas próprias mãos ao serem os executadores de Cassetti, para vingar um crime que a lei foi incapaz de punir. Cada um esfaqueou Ratchett uma única vez, para assim ninguém saber quem deu a facada fatal. Doze dos conspiradores participaram para permitir um "júri de doze pessoas", com o Conde Andrenyi a actuar pela sua mulher, por ela poder ter sido a suspeita mais óbvia. Outro passageiro fez reserva com um nome fictício - Harris - para mais ninguém além dos conspiradores e da vítima estarem a bordo. (A cabina ao lado da de Ratchett já estava reservada para o director dos Wagons-Lits). A paragem inesperada do comboio e a presença imprevista de Poirot causou complicações aos conspiradores que, por causa disso, deixaram bastantes provas cruciais. À medida que Poirot vai revelando os detalhes da conspiração, muitos dos suspeitos começam a chorar e Mrs. Hubbard acaba por confessar que a segunda teoria está certa.

Poirot assim define as duas soluções e pergunta ao director dos Wagons-Lits que explicação ele pensa estar mais correcta. O director diz que a primeira explicação é decididamente a correcta e sugere que seja essa a apresentar à Polícia. Estando a sua tarefa concluída, Poirot diz que tem "a honra de se retirar do caso."

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